Olá!
No post de hoje, Daniel Do Valle - especialista em QA, testes e liderança – fala um pouco de seus mais de 12 anos de experiência na área, sobre tendências para QA e testes, entre outros assuntos. Vale a pena conferir!
QAHouse: Há quanto tempo trabalha com testes e qualidade de software?
Daniel Do Valle: Trabalho com testes e QA, oficialmente, há 12 anos. Mas já atuava extra-oficialmente com qualidade desde antes da faculdade. Participei de homologações ISO e testes de aplicações no meu primeiro emprego.
QAHouse: Há quanto tempo atua como líder de times de testes?
Daniel Do Valle: Quando trabalhava nos EUA, eu ajudei na formação do time de testes da empresa e já atuava como mentor para testers após 2-3 anos na empresa (2001). O time cresceu de 3 para 35 pessoas em alguns anos. Na IBM me tornei Sr Lead oficialmente em 2006 - 4 anos.
QAHouse: Como você vê a evolução do mercado de testes de software no decorrer dos anos? E como o mercado comporta-se atualmente (Brasil e exterior)?
Daniel Do Valle: Depois de passar 7 anos nos EUA trabalhando com testes e de participar de cursos e conferências com profissionais chave no mercado internacional (como James Bach, Cem Kaner, Michael Bolton), vim para o Brasil muito otimista. Encontrei alguns visionários aqui e ali, mas a verdade é que o Brasil ainda está muito cru para processos em geral, o que dizer maturidade para QA. Lá fora isso já é bem maduro, não se questiona mais a necessidade.
QAHouse: Possui experiência internacional? Se sim, como a mesma ajudou na sua formação profissional?
Daniel Do Valle: Sim, como mencionei trabalhei 7 anos nos EUA, numa empresa privada, de investimentos no mercado financeiro. Isso me voltou para o trabalho com o mercado Global, principalmente pelo Inglês fluente, mas também pela experiência com os mercados e profissionais do mundo todo.
QAHouse: O que consegue visualizar como tendência para a área nos próximos anos?
Daniel Do Valle: Eu espero fortemente que a área de QA cresça como ela deveria, principalmente no Brasil, o que mostrará o real crescimento econômico e de mercado. Lá fora, institutos como o Gartner mostram crescimento na tecnologia de Nuvem, o que deve guiar testes e QA também, além do crescimento da automação, testes de segurança, compliance e ERP (que ainda tem muito a crescer).
QAHouse: Que leituras, cursos e certificações indica para quem deseja entrar no mercado de testes ou se aperfeiçoar na área?
Daniel Do Valle: Talvez eu não seja a pessoa mas indicada para essa pergunta, pois sou da categoria de testers que não concorda com a forma com que as certificações tomam a proporção que tem hoje. Para mim o importante é aprender, seja em qualquer instituição que forneça isso. É claro que, em alguns casos, a certificação é um requerimento - como instituições governamentais, por exemplo.
QAHouse: Poderia citar um desafio que enfrentou durante a sua vida profissional na área?
Daniel Do Valle: Vários.. (LOL), mas acho que um do maiores foi o choque enorme quando fui para a IBM. Antes, trabalhava sem nenhuma documentação ou processo e fui para uma das empresas mais bem estruturadas em termos de processo que existem. Foi um desafio interessante e muito importante para minha carreira.
QAHouse: O que acha das ferramentas voltadas para testes e qualidade de software que encontramos no mercado?
Daniel Do Valle: Acho importantíssimo o uso de ferramentas nos dias de hoje, principalmente por empresas de grande porte e que requerem processos bem definidos, métricas, controle rígido. As maiores ferramentas do mercado são boas, mas não sofrem updates significativos há algum tempo. Isso deve mudar em breve com o reaquecimento do mercado.
QAHouse: O que acha de empresas de desenvolvimento que não possuem área de qualidade de software?
Daniel Do Valle: Acho ultrapassadas e com o futuro e credibilidade comprometidos.
QAHouse: O que atrai outsourcing de QA no Brasil? E o que afasta?
Daniel Do Valle: O mundo é capitalista e o custo do profissional é o que iniciou e mantém o outsourcing. Com a alta do dólar, o Brasil foi prejudicado nesse quesito, principalmente em patamares de profissionais Sênior e acima. Fatores culturais e proximidade dos "shores" (nearshore, como dizem), são fatores positivos, além da maturidade do mercado local. A qualidade do trabalho é, na minha opinião, um dos mais fortes argumentos, mas não é o que mais vende!
QAHouse: Qual o diferencial de acordo com mercado da Índia, China e outros países da América do Sul?
Daniel Do Valle: Extamente esse último ponto - na Índia o mercado local inexiste, enquanto no Brasil ele é ainda mais forte que a fatia internaconal das empresas. Mas a Índia ainda ganha, de longe, no valor do profissional. A China vem ganhando espaço e tem muitos profissionais qualificados. Não vejo ameaça de países do Mercosul. A maior ameaça vem do BRIC mesmo.
Seja como for, não tenho dúvidas do potencial e da qualidade do profissonal de testes no Brasil, seja para o mercado local quanto para o mercado Global.
Até breve!
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